quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Poema 67

Urubus

A lua minguante de camarote
assistia o estirante deslizando pelo pulsante.
O corte exposto e o sangue espirrando no rosto.
Um corpo estirado ao chão.
As lágrimas dos olhos da bela estrela,
que ilumina a escuridão,caiam sobre a terra.
A menina apaixonada,via sua alma sendo levada,
os anjos desceram do céu para levá-la.
Já era dado como tudo certo,mas não passou
de um filme na cabeça de como seria a tua morte.
Ela bolava uma seda e o cortante estava ao teu lado.
Sua paixão ignorada,a fazia pensar na morte como a solução.
Via os urubus saindo do lixão em sua direção,
em busca de se alimentar da carne dura.
Via o urubu mestre ir bem logo em direção ao coração.
O órgão mais importante deste "corpão" violão.
O membro mais gélido e sem reação.
Não existia mais pulsação.
Enquanto jogava a fumaça ao ar,ela pensava
em toda esta situação.
Poderia ser a melhor solução,para um coração
que não possui uma outra metade.
Talvez era a melhor solução para uma menina
cansada de pedir caridade.
Talvez pensar nos urubus arrancando pedaços,
a faria acordar para a realidade.
E seguir andando por este mundo,correndo 
atrás da sua outra cara metade.






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